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na serra dos rumores
Caio Vinícius

Se há fantasmas
Não sei
Mas há jardins
Que nascem para os mortos
E o silêncio
Das raízes
.
Sair na rua
Na tempestade de pedra
Sol de inverno
Que contigo não se apagou
.
Enquanto nascem as corujas
Usaremos a mágoa
Para voar em silêncio
.
No leito de pedra
Desce o rio bengala
Levando as almas que dormem
.
Uma sussuarana
Em meu sonho
Devora a ave do perdão
.
Terreiros e angústias
Nossos locais de devoção
À boca e ao fogo
.
Tudo que a palavra não pode
Faz o corpo
Em gritos e sono
.
Nas pedras o rumor
Do sal e da lava
.
Uma ferida de séculos
A palma de nossas mãos
E a boca
Fechadas sob seu peso
Não a dizem
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